Mochilão pela Europa: Igrejas de Paris são verdadeiras obras de arte

Diário de bordo, parte 3: nossos correspondentes Vítor e Franco ressaltam a força do catolicismo nos monumentos em passeios pelas basílicas e catedrais

Catedral em Paris mostra força da religião na cultura de Paris (Foto Chiem Seherin/ Pixabay)

A força da religião, em especial o catolicismo - a única forma religiosa permitida em Paris até o final Século 17 – está muito presente da Cidade Luz. As igrejas são verdadeiras obras de artes, com esculturas e pinturas dos mais renomados artistas franceses e de outros países da Europa.

A Basilique du Sacré-Couer de Montmartre (Basílica do Sagrado Coração), com certeza, deve estar no roteiro de qualquer visitante. Trata-se de um templo da Igreja Católica Romana que também é o símbolo do bairro de Monte Martre.

A basílica está localizada no ponto mais alto da cidade, a 130 metros de altura e no coração de Paris. É visitada, anualmente, por 11 milhões de pessoas. É uma das igrejas mais bonitas da França e um dos mais belos monumentos de Paris, com sua gigantesca cúpula e fachada branca como a neve, que domina a cidade.

A basílica, obra de Paul Abadie, foi construída entre 1875 e 1914. Em 16 de outubro de 1919, cinco anos após o término de sua construção, ocorreu a consagração dela. Suas dimensões falam por si: 83 metros de comprimento, 35 metros de largura, com uma torre de 83 metros de altura.

Fotos: Vítor Pires

Funicular da Igreja em Montmartre

Para chegar à Basílica do Sagrado Coração, é só pegar o Funicular de Montmartre, um transporte inaugurado em 1900. Este sistema de transporte de passageiros ou cargas está entre os mais ecológicos que existem, composto por uma cabine que corre em trilhos, tracionada por um cabo e de movimento bidirecional.

O acesso ao funicular é próximo à estação de metrô Anvers e o preço de uma passagem de ida equivale a um Ticket t+. O transporte evita que o turista suba 197 degraus íngremes, pelo que pode valer a pena comprar um bilhete, especialmente em dias quentes.

Ao redor da basílica há muitos restaurantes e lojas. Vale a pena desfrutar de uma atmosfera muito especial e descobrir o famoso “Quartier des Peintres”.

Saint-Eustache é dedicada a Santa Agnés

Outra igreja imperdível é a Église Saint-Eustache. Sua história começa no início do século 12 quando na área que hoje ocupa foi construída uma capela dedicada a Santa Agnés. Uma cripta com esse nome existe até hoje no lado leste da igreja. Acredita-se que um burguês de Paris mandou construir a capela como prova de gratidão pelo privilégio outorgado pelo rei Philippe Auguste, que lhe dava direito de cobrar uma taxa por cada cesto de peixes que chegasse ao mercado de Les Halles. A partir de 1223, quando foi promovida a paróquia, a capela passou a se chamar Saint Eustache.

O edifício atual começou a ser construído em 1532 em estilo gótico misturado com elementos da arquitetura greco-romana, como as colunas coríntias da fachada e os contrafortes das laterais da nave. A obra sofreu muitos contratempos e a igreja esperou até o dia 26 de abril de 1637 para ser consagrada.

Em 1665 o ministro das finanças Colbert mandou construir duas capelas que abalaram a fachada ainda inacabada. Foi preciso reconstruí-la e o projeto foi encomendado ao arquiteto Louis Le Vau, mas a obra só foi iniciada em 1754 e o arquiteto responsável passou a ser Jean Hardouin-Mansart.

Saint-Eustache é uma igreja enorme, imponente e grandiosa, no entanto, por incrível que pareça, até hoje falta uma das duas torres. Mas isso não lhe tira a majestade: nela foram batizados o rei Louis 14, o cardeal Richelieu e Madame Pompadour. Nela se encontram os túmulos de Colbert, Scaramouche e outros personagens da história da França. Ela acolheu as cerimônias fúnebres da La Fontaine e da mãe de Mozart.

Saint Eustache conta também com uma importante coleção de obras de arte entre elas um dos dois quadros Discípulos de Emaus, de Rubens, pintado em 1611.

Vídeo mostra as obras de arte na igreja de Église Saint-Eustache. Assista:

Igreja Saint-Chapelle tem estilo gótico

A Saint-Chapelle, também chamada de Saint-Chapelle du Palais, é uma igreja de estilo gótico construída entre 1242 e 1248 para abrigar as relíquias da Paixão de Cristo, composta pela Coroa de Espinhos e um pedaço da Santa Cruz. Este local de culto está localizado na Île de la Cité.

Com a aquisição das Sagradas Relíquias dos imperadores de Constantinopla, Luís 9 aumentou o prestígio de Paris em escala mundial e que se tornou-se a segunda capital do cristianismo. As relíquias custaram o triplo do valor da construção da igreja.

O santuário é composto por dois pisos: a capela superior, que apenas o rei e os seus familiares podiam aceder (este é o local onde foram colocadas as relíquias sagradas) e a capela inferior, muito mais discreta e menos luminosa, que era o local de adoração para funcionários do palácio.

Durante a Revolução Francesa, a Sainte-Chapelle sofreu diversas destruições, mas seus inestimáveis vitrais foram poupados graças à presença de grandes armários que contém arquivos.

Embora a capela tenha sido construída para servir de relicário, atualmente não abriga nenhuma das relíquias que guardou após sua construção. Para protegê-los durante a Revolução, eles foram depositados no tesouro da Catedral de Notre-Dame.

Fotos: Franco Santoro

Dicas dos mochileiros

• Como se locomover: Com uma malha metroviária de dar inveja, é muito fácil se locomover por Paris no transporte público. A cidade é muito bem servida pelo metrô e por trem, o que facilita o acesso aos diversos pontos turísticos de interesse. E o melhor de tudo: o valor do bilhete do transporte público é relativamente barato. Andar de ônibus pela Cidade Luz também pode ser uma boa opção, desde que você não se incomode com o trânsito caótico e nem tenha muita pressa para chegar a algum ponto turístico. Nestas duas opções, você também consegue usar o mesmo bilhete do metrô, já que o transporte público é todo integrado.

• Como chegar: Como toda boa cidade europeia, uma das maneiras mais simples de chegar a Paris é de trem, proveniente de outras localidades do continente. A capital da França tem várias estações reunidas dentro dos 15 primeiros bairros. A mais famosa é a Gare du Nord, que fica, justamente, no centro de Paris. De lá, é possível chegar até Londres, Berlim, Amsterdã, Bruxelas, Cidade de Luxemburgo, entre outras cidades. A Gare d´Austerlitz tem trens que chegam do Vale do Loire, Barcelona e Portugal. Por último, a Gare de l´Est conta com trens vindo de Champanhe, Alsácia, Lorena, Munique e Zurique. Sim, o trem é um meio de transporte que facilitará muito a sua Eurotrip. Outra maneira é chegar de avião, seja vindo do Brasil ou de outros lugares. Do Brasil, há vários voos saindo, diariamente, de diversas capitais com destinos ao Aeroporto Charles de Gaulle.

Perfil

Nossos correspondentes Vítor e Franco são jovens e planejaram esta viagem por mais de um ano. Os amigos residentem em cidades diferentes: Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Mas isso não impediu que combinassem este mocichão.

Vítor Pires nasceu em Belo Horizonte tem 26 anos. Formado em Economia pela UFMG, trabalha na empresa de consultoria WBrain.

Franco Santoro é carioca e tem 24 anos. Formado em Designer Gráfico pela PUC-Rio, trabalha como freelancer para algumas agências de publicidade

OBS.: Tem mais Paris em outros conteúdos do Viagem Aí sobre Paris.