Mochilão pela Europa: Paris é o começo de tudo
- Vítor Pires e Franco Santoro
- 24 de jul. de 2023
- 10 min de leitura
Atualizado: 31 de jul. de 2023
Diário de bordo, parte 1: nossos correspondentes Vítor e Franco relatam a primeira cidade visitada durante a aventura de quase um mês pelo velho continente

A aventura de quase um mês pela Europa se inicia em Paris, a Cidade Luz que é cheia de atrações para todo os gostos e bolsos (Foto: Pixabay)
Paris foi o primeiro País escolhido para o início do “mochilão” pela Europa feito pelos nossos correspondentes Vítor Pires e Franco Santoro. Além da França, a dupla visitou ainda Bélgica, Holanda e Alemanha, que serão assuntos de novos relatos no Viagem Aí. Para quem não sabe, a modalidade “mochilão” nada mais é do que um jeito de viajar barato praticado por pessoas de várias idades e em diversas partes do mundo.
Foram dias que ficaram na memória dos dois para sempre. Lugares visitados, viagens de trem, comidas diferentes, culturas únicas, povo singular. Experiências. O turismo é feito delas. Novos saberes que agregam os antigos.
A Cidade Luz é uma importante cidade europeia e um centro mundial de arte, moda, gastronomia e cultura. Sua paisagem urbana do século 19 é cortada por avenidas largas e pelo rio Sena. A cidade é conhecida por monumentos como a Torre Eiffel e a Catedral de Notre-Dame, uma construção gótica do século 17, famosa também pela cultura dos cafés e por lojas de estilistas famosos na Rue du Faubourg Saint.
Um café para começar bem o dia, um coquetel para o terminar bem. Eles ficaram hospedados no Hostel Jo & Joe Nation, que faz parte de uma rede internacional de albergues que tem unidade até no Rio de Janeiro.

O terraço (rooftop) abre cedo para que o hóspede possa desfrutar do café expresso sob o sol. E depois de um dia agitado, os pizzaiolos vão esquentar o forno para saborear as melhores pizzas da região. Depois do café reforçado, o dia de passeios por Paris é sempre agitado.
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Local: 56-61 rue de Buzenval, 75020 Paris, França
Hostel Jo & Joe Nation por fora, por dentro e o mapa de como chegar: rede internacional de albergues
Torre Eiffel do mundo
A Torre Eiffel é um dos monumentos pagos mais visitados do mundo, com cerca de 6 milhões de visitantes por ano. Do pátio ao cume, é possível descobrir múltiplas sensações: em todos os andares, uma vista extraordinária e única de Paris, a emoção do piso de vidro do primeiro andar, a incrível subida pelas escadas ou pelos elevadores, a indescritível sensação de espanto causada pelas toneladas de ferro vista do pátio.
Cuidado: há possibilidade de vertigem ao sair do elevador no topo, ao ver os caminhantes do Champs-de-Mars e o tráfego de carros ao longo do Trocadéro. E seja de dia ou de noite, seja no verão ou no inverno, a experiência da Torre Eiffel se renova.
Foram necessários apenas cinco meses para construir as fundações e 21 meses para montar a parte metálica da torre.
É uma velocidade recorde para os meios rudimentares da época. A montagem da torre é uma maravilha de precisão, como todos os cronistas da época concordam em reconhecer. Iniciado em janeiro de 1887, o local foi concluído em 31 de março de 1889. Gustave Eiffel é decorado com a Legião de Honra na plataforma estreita no topo.
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Início da construção e fundações: 26 de janeiro de 1887;
Conclusão da construção: 31 de março de 1889.
A Torre Eiffel oferece várias opções de alimentação de qualidade durante todo o dia, à mesa ou em movimento, de acordo com os desejos e orçamentos de nossos visitantes e clientes. Existem dois restaurantes que podem ser reservados separadamente de uma visita à Torre Eiffel: o mítico Júlio Verne, gastronomia com estrela Michelin de Frédéric Anton localizado no 2º andar e Madame Brasserie localizada no 1º andar, o novo Brasserie parisiense sob a direção do Chef Thierry Marx.
Para nossos visitantes que desejam comer em movimento, saborosos buffets oferecem lanches doces e salgados e bebidas no pátio, no 1º andar e no 2º andar. Uma oferta gourmet que se completa com o bar de macarrons, Pierre Hermé, no 2º piso e o bar de champanhe no topo. Algo para passar momentos inesquecíveis.

Arco do Triunfo
O Arco do Triunfo é um monumento localizado na cidade de Paris, construído em comemoração às vitórias militares do Napoleão Bonaparte, o qual ordenou a sua construção em 1806. Inaugurado em 1836, a monumental obra detém, gravados, os nomes de 128 batalhas e 558 generais.
Uma dúvida surgiu para a construção do monumento. Onde construir? Uma vez depois de designar a Place de l'Étoile como o local para a elevação do Arco do Triunfo, os arquitetos Jean-François Thérèse Chalgrin e Jean-Arnaud Raymond elaboraram uma série de planos. Em particular, optam por um arco de um só vão, na medida em que este se apresentaria também como porta de uma cidade.
A construção do Arco do Triunfo durou 30 anos: Napoleão ordenou sua construção em 1806, ao finalizar a batalha de Austerlitz, e o arco foi concluído durante o mandato de Louis-Philippe. O arquiteto foi Jean-François Chalgrin.
O Arco do Triunfo foi testemunha de inumeráveis momentos históricos, entre os quais poderíamos destacar: a passagem dos restos mortais de Napoleão em 15 de dezembro de 1840 e os desfiles militares das duas guerras mundiais, em 1919 e 1944.
O Túmulo do Soldado Desconhecido, sua atração central, foi colocado sob o arco após a Primeira Guerra Mundial. A “chama da memória” é reacendida diariamente às 18h30 há mais de 100 anos, com objetivo de homenagear todos que sacrificaram suas vidas pela França e reafirmar o desejo de paz.
Apesar de sua altura ser muito inferior à da Torre Eiffel, as vistas da parte superior do Arco do Triunfo também são bastante impressionantes. O dinamismo de Paris na confluência de doze das suas principais avenidas é digno de admirar. As vistas da Champs Élysées e do Bairro de La Défense tão pouco desmerecem a subida.
Para chegar até a base do Arco do Triunfo, há passagens subterrâneas em diferentes avenidas. Não tente atravessar a rua, já que a rotatória é uma das mais perigosas do mundo, tanto para carro quanto para pedestres.
Nos quatro pilares do arco estão gravados os nomes das batalhas vencidas pelo exército napoleônico e também o nome de seus 558 generais franceses, alguns deles tiveram seus nomes grifados por terem morrido nas guerras.

Bairro de Le Marais
O bairro parisiense Le Marais é caracterizado pelas suas pequenas ruas medievais tortas e construções antigas dos séculos 17 e 18.
São lugares cheios de bares, restaurantes, hotéis, butiques de alta e baixa costura, padarias, joalherias, lojas de vinhos, galerias de arte e museus; tudo espremido em uma pequena área.
Le Marais é considerada a região mais descolada de Paris, onde acomoda a comunidade LGBT (há bandeiras espalhadas pelas ruas), chinesa e judaica; além de ser o point preferido dos jovens. A vida mais ativa diurna e noturna da cidade está situada no terceiro e quatro arrondissement (distrito).
O Marais já foi morada de muitos famosos judeus de Paris, além de artistas como Victor Hugo. Hoje, a região é conhecida pela comunidade gay, pois na área sudoeste do bairro estão lojas, bares e baladas especiais para este público.
Há muita coisa para se explorar neste bairro. Entre os pontos que devem ser visitados está também a Place des Vosges, a mais antiga praça da capital francesa e que na época da realeza era frequentada pela família real e sua corte, datada do século 17. A praça é linda e mostra toda a imponência francesa durante a era de ouro. Nela fica a casa de Victor Hugo, onde é possível fazer uma visita e conhecer mais sobre o artista.
As ruas do Le Marais são estreitas, perfeitas para andar a pé – em sua maioria. O bairro não é grande, então se pode aproveitar boa parte do tempo a pé para conhecer museus e pontos turísticos. Entre as ruas para visitação estão a Rue des Rosiers – reduto judeu de Paris e super charmosa – e a Rue de Bretagne, onde está localizado o popular Café Charlot. Ambas mostram o que de melhor o bairro tem a oferecer aos moradores e visitantes.

Place des Vosges
Conhecer a Place des Vosges em Paris, originalmente conhecida como Praça Real, é quase que obrigatório. É uma das praças planejadas mais antigas e preservadas da França. Fica localizada no Distrito de Marais; foi construída a mando de Henrique IV e hoje é considerada uma das praças mais bonitas de Paris.
Ela é um excelente exemplo da arquitetura da época e seu estilo inspirado em Luís XIII. O seu charme vem das belíssimas construções de tijolo ao seu redor, que são super bonitas e simétricas. A Place des Vosges foi inaugurada em 1612 para celebrar o casamento de Luís XIII e Ana da Áustria. Tem uma dimensão de 127 x 140 metros e está rodeada por 36 casas idênticas feitas de tijolo vermelho. Ao centro há um bonito jardim com árvores Tilia, fontes e uma estátua equestre de Luís XIII.
De piqueniques e restaurantes a museus e galerias de arte, esta grande praça tem um número notável de atrações que valem a pena conhecer e rever. Uma das melhores atrações da região, que fica bem pertinho da praça, é o Museu de Victor Hugo, que fica na antiga residência do autor. Vale muito a pena visitar esse museu e conhecer a história do escritor mais famoso da França.
A praça é um ambiente bastante tranquilo, mas costuma ficar mais cheia nas tardes de sábados e domingos. Mas, mesmo assim, dá para aproveitar, pois ela é cheia de banquinhos e músicos que costumam vir tocar todos os dias e trazem os mais diferentes instrumentos – até harpas. Pode-se comer em algum dos deliciosos bistrôs à volta.

Atelier des Lumières: um lugar de história
A fundição Chemin-Vert foi criada em 1835 pelos irmãos Plichon, Jaques François Alexandre e Hilaire Pierre, para atender às necessidades da marinha e da ferrovia por peças de ferro fundido de alta qualidade. A fundição foi redescoberta pelo Bruno Monnier, presidente da Culturespaces, que teve a ideia de criar um centro de arte digital em Paris. Depois de grandes obras, o Atelier des Lumière abriu as portas ao público, em 13 de abril de 2018, com a presença 1,2 milhão de visitantes no primeiro ano.
A partir de 2018, todos os anos, o Culturespaces organiza uma exposição longa, uma exposição curta e dá voz a artistas em criações contemporâneas.
“O papel de centro de arte é descompartimentalizar, e é por isso que o digital deve ocupar seu lugar nas exposições de século 21. Colocada ao serviço da criação, torna-se um formidável vetor de divulgação, capaz de criar pontes entre épocas, de fazer vibrar práticas artísticas entre elas, de amplificar emoções, de atingir o maior número”, afirma o presidente da Culturespace, Bruno Monnier.
Cultura pura no Atelier des Lumières (Fotos: Vítor Pires)
Flamme de la Liberté
A Chama da Liberdade, erguida em 1987 perto da ponte Alma em Paris e transformada em estela comemorativa da princesa Diana por seus admiradores, foi totalmente restaurada, embelezada e elevada.
O monumento foi oferecido em 1987 pelo jornal International Herald Tribune, durante o bicentenário norte-americano, para simbolizar a amizade entre os povos francês e americano. Em um pedestal de mármore cinza e preto, é uma réplica de cobre dourado em tamanho real da chama da Estátua da Liberdade de Bartholdi, erguida na entrada da cidade de Nova York. Nos dias seguintes à morte (31 de agosto de 1997) da princesa em um acidente de trânsito sob o túnel da ponte Alma, seus fãs transformaram a Chama da Liberdade em um memorial.

Café Oz Châtelet, um verdadeiro estado de espírito
A decoração original e as cores quentes dão logo o tom. Móveis em madeira maciça, pranchas de surf, crocodilos gigantes, didgeridoo, pinturas aborígines, staff australiano e neozelandês e uma vasta escolha de cervejas importadas da Austrália e da Nova Zelândia garantem uma mudança total de cenário. Desde a decoração, à escolha do menu, sem esquecer o ambiente inimitável.
Eis o Café Oz Châtelet, uma chance de mergulhar no coração da Austrália para um verdadeiro momento de convívio, só que na França. O espaço é um pub de língua inglesa que transmite a imagem da Austrália. O convívio, a simplicidade, o espírito de equipa e a garantia de um ambiente descontraído são valores que consideramos essenciais nos nossos estabelecimentos. A casa procurou uma clientela jovem, festiva e desportiva, aposta em recriar a energia e a boa disposição da festa anglo-saxónica. Também faz questão de transmitir muitos eventos esportivos em telas gigantes, como rugby, futebol australiano ou críquete, para que os clientes vivam a paixão pelo esporte do jeito “australiano”.
Transmissões desportivas em ecrãs gigantes, DJs durante a semana e ao fim de semana, concertos ao vivo, noites malucas, staff sobrecarregado: o ambiente não pode faltar.
E não se surpreenda, as mesas rapidamente se transformam em pistas de dança. Quando o assunto é festa, os australianos são conhecidos por serem muito receptivos e sempre em busca de novos encontros, como no Café Oz, onde festejam de forma sem preocupações.
A história começou em 1992, quando três australianos residentes em Paris, apoiados pela famosa marca de cerveja Foster’s, uniram forças para criar um local que refletisse os bares e a cultura festiva da Austrália, da qual eram um pouco nostálgicos.
Dois anos depois, o conceito foi comprado por dois amigos, Patrick Robert e Bernard Weber, que apostaram no desenvolvimento da marca e fundaram novos bares com espírito australiano. O processo se transformou e hoje, os Cafés Oz contam com sete estabelecimentos localizados em Paris, Lille, Lorient e Montpellier.

Saiba mais
Local: 18 rue Saint Denis, 75001 Paris
Tel. 01.40.39.00.18
Dicas dos mochileiros
Como se locomover: Com uma malha metroviária de dar inveja, é muito fácil se locomover por Paris no transporte público. A cidade é muito bem servida pelo metrô e por trem, o que facilita o acesso aos diversos pontos turísticos de interesse. E o melhor de tudo: o valor do bilhete do transporte público é relativamente barato. Andar de ônibus pela Cidade Luz também pode ser uma boa opção, desde que você não se incomode com o trânsito caótico e nem tenha muita pressa para chegar a algum ponto turístico. Nestas duas opções, você também consegue usar o mesmo bilhete do metrô, já que o transporte público é todo integrado.
Como chegar: Como toda boa cidade europeia, uma das maneiras mais simples de chegar a Paris é de trem, proveniente de outras localidades do continente. A capital da França tem várias estações reunidas dentro dos 15 primeiros bairros. A mais famosa é a Gare du Nord, que fica, justamente, no centro de Paris. De lá, é possível chegar até Londres, Berlim, Amsterdã, Bruxelas, Cidade de Luxemburgo, entre outras cidades. A Gare d´Austerlitz tem trens que chegam do Vale do Loire, Barcelona e Portugal. Por último, a Gare de l´Est conta com trens vindo de Champanhe, Alsácia, Lorena, Munique e Zurique. Sim, o trem é um meio de transporte que facilitará muito a sua Eurotrip. Outra maneira é chegar de avião, seja vindo do Brasil ou de outros lugares. Do Brasil, há vários voos saindo, diariamente, de diversas capitais com destinos ao Aeroporto Charles de Gaulle.
Perfil
Nossos correspondentes Vítor e Franco são jovens e planejaram esta viagem por mais de um ano. Os amigos residentem em cidades diferentes: Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Mas isso não impediu que combinassem este mocichão.


OBS.: Tem mais Paris em outros conteúdos do Viagem Aí, um sobre os museus e outro sobre as fabulosas igrejas.
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